Sem aula há meses, alunos em MG terão reforço pela TV
Ao todo, serão 36 inserções de dois minutos cada, com temas relacionados às disciplinas do ensino médio e àqueles exigidos no Enem
Sem aulas há quase três meses, os alunos da rede estadual de ensino de Minas Gerais que pretendem fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou provas de vestibulares terão de ficar em frente à televisão para recuperar parte do conteúdo que deixou de ser dado em sala de aula. Nesta terça-feira, representantes do Ministério Público Estadual (MPE) se reuniram com integrantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), mas não houve acordo. Assim, os profissionais decidiram manter a greve.
Para tentar minimizar a defasagem dos estudantes que pretendem disputar vagas em universidades, o governador Antonio Anastasia (PSDB) anunciou que a Rede Minas de televisão, controlada pelo governo, terá inserções de reforço. "Outras medidas estão sendo analisadas", afirmou Anastasia, em pronunciamento nesta segunda-feira, na sua primeira manifestação sobre a questão desde o início da greve. "De pronto, já vamos iniciar aulas de reforço, através da TV Minas, com vistas a reduzir o prejuízo para o vestibular e o Enem".
As "aulas de reforço" vão começar a ser dadas na próxima semana. Ao todo, serão 36 inserções de dois minutos cada, com temas relacionados às disciplinas do ensino médio e àqueles exigidos no Enem. Os professores da rede estadual mineira entraram em greve em 8 de junho reivindicando a adoção no estado do piso nacional da categoria, de 1.597 reais para uma jornada de 40 horas semanais. Em Minas, o piso é de 369 reais, mas o governo adotou sistema de subsídio, que inclui no pagamento benefícios, sendo o menor deles, hoje, de 1.122 reais para uma jornada de 24 horas semanais.
Os professores não aceitam o sistema e afirmam que manterão os braços cruzados até o governo adotar o piso nacional. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal publicou acórdão no qual rejeitou Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi) de governos estaduais (o de Minas não estava incluído) para adoção de subsídio ao pagamento de professores. A corte rejeitou o sistema e determinou que os governos adotem o piso nacional, mas ainda cabe recurso da decisão. "É bom dizer que a recente decisão do Supremo em nada afeta a adoção por Minas e outros estados do sistema do subsídio", completou Anastasia.
(Com Agência Estado)
FOLHA ON LINE 30/08/2011
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