Objetivo do blog

Este blog trata-se de um instrumento de produção de conhecimento e colaboração com a rede de comunicação, assim como incentivo a leitura e divulgação de informações sobre assuntos relativos à leitura e escrita.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A política de cotas é uma boa resposta às desigualdades sociais relacionadas às minorias étnicas?

Uma das bases fundamentais dos direitos humanos é o princípio que todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.  ( J )
A Constituição Brasileira no artigo 3º inciso IV diz “ promover o bem de todos, sem preconceitos de origem ,raça, sexo, cor, idade,e quaisquer outras formas de discriminação.” ( D )
Sendo assim, todos devem serem incluídos ao ensino superior,independente da sua classe ou de sua cor. ( C )

Só há notícia se for muito ruim

Artigo de opinião

Elio Gaspari costuma dizer que, nas redações, a notícia chega devagarzinho, abre a porta de leve, põe a cabeça para dentro e entra correndo para esconder-se.Se alguém a notar, será imediatamente chutada para fora.
                             Carlos Brickmann
E, se a notícia for boa, suas chances de sobrevivência são ainda menores. Notícia que o pessoal gosta é corrupção, é escândalo, é miséria, é tudo aquilo que deu errado.Nas ocasiões em que o Brasil dá certo, aí não é notícia( e não vale nem a regra de que boa notícia é o inusitado). Lugar de notícia boa é a cesta do lixo.
Jundiaí, no interior de São Paulo, atingiu 100% no fornecimento de água tratada e chegou muito perto disso no tratamento de esgotos ( só não atingiu 100% por um problema judicial). Notícias? Só nos jornais da região, e olhe lá.A capital de São Paulo, onde o programa de água e esgotos caminha bem mais ainda está longe da universalização, ignorou o tema.O Brasil, onde água tratada e esgoto são coisas de gente rica, preferiu investigar se tem ministro comendo tapioca com cartão corporativo(tema que até vale investigação, mas não pode substituir outros assuntos de importância, que se referem à vida e à morte dos cidadãos).
São Caetano do Sul. Na Grande São Paulo, é um exemplo ainda mais claro de que as boas notícias são desprezadas pelos meios de comunicação.De acordo com os número da respeitadíssima Fundação Seade, o índice de mortalidade infantil de São caetano é o menor do país; equipara-se aos da Bélgica e do Japáo, quatro mortes por mil nascimentos.É índice que ocorre no Primeiro Mundo.
A derrubada dos índices de mortalidade infantil não ocorre, em lugar nenhum, apenas pela boa atenção à saúde: exige tempo, trabalho coordenado, que envolve planejamento, engenharia( tratamento de esgotos e água), meio ambiente(plantio de árvores, limpeza de rios e córregos), coleta de lixo, de preferência seletiva, assistência social (há em São Caetano um programa tipo bolsa-família, mais completo que o federal, mantido com recursos municipais), aleitamento materno, cuidados com as gestantes, educação em sentido amplo, higiena, empregos. E envolve, o que é raro, continuidade administrativa: não é porque um prefeito é adversário do antecessor que deve abandonar seus planos.O atual prefeito, José Auricchio, reeleito com 70% dos votos, tem na oposição boa parte do grupo político de seu antecessor. E daí? Neste processo todo, a cidade de 150 mil habitantes atingiu o maio Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. E, fora da região do Grande ABC, o fato foi olimpicamente ignorado pelos meios de comunicação.
Dizem que Ribeirão Preto vai muito bem na área social(mas como encontrar dados, se não há reportagens?). E, o que aparece às vezes na TV (mas rarissimamente na imprensa escrita), a cidade se transforma em área de tecnologia de ponta no uso do raio laser em auxílio a transplantes. Há belas experiência de sustentabilidade ambiental no Rio Grande do Sul, há o hospital de referência no tratamento de câncer de Barretos, há as experiências em Campinas da Unicamp em energia alternativa e cirurgia para diabetes, há excelentes pesquisas em Campina Grande, na Paraíba, há um belo trabalho da Embrapa e da Escola de Agricultura Luiz de Queiroz, há a agricultura irrigada de ótima qualidade no semiarido nordestino.E quem sabe, por ter sido informado pelos meios de comunicação, que as hélices dos geradores de vento da Europa são, em grande parte, fabricadas no Brasil?
Vale matéria? De vez em quando, a TV mostra, em horários alternativos, em programas especializados, alguns as, alguns aspectos dessas experiências positivas.De muita coisa este colunista tomou conhecimento ao integrar o júri do último Prêmio Esso de Jornalismo, com belíssimas matérias nos jornais da região sobre os bons fatos que também ocorrem.
Vale matéria? Deveria valer. Mas, além da volúpia por más notícias, há um problema extra, que assusta pauteiros e repórteres: o medo da patrulha.Fazer matéria a favor pode dar a impressão de que há alguma coisa esquisita além da reportagem.Mas é preciso vencer também este preconceito- ou ficaremos restritos ao noticiário policial fingindo que é cobertura política.

Artigo de opinião retirado do material da Olimpíada de Língua Portuguesa

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Comentário Crítico

Os participantes do curso em questão foram divididos em dois grupos e subdivididos em três  para  debaterem o tema : A SOCIEDADE TEM O DIREITO DE TIRAR A VIDA DE UM CRIMINOSO?
O debate foi de alto nível considerando que tanto o grupo favorável quanto o desfavorável, estavam a par do assunto e puderam citar e exemplificar com dados de outros países (Japão/Líbia) e até conceitos filosóficos para fundamentarem argumentos.No entanto,nem todos opinaram e houve por parte de alguns integrantes dos grupos,manifestações indevidas “não respeitando” o direito da fala dos participantes.
Um outro fato a ser destacado foi uma participante que estava no grupo
 favorável passar para o lado oposto após o início do debate. Mesmo assim foi muito  produtivo .                             
                Graciete   e   Sônia                                                                                                                                                                                                                                                        
                                                                                

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Artigo de opinião

ABORTO: CERTO OU ERRADO?

Vivemos em uma sociedade onde os valores éticos, morais e religiosos há muito vêm sido banalizados e o que antigamente  conceituava-se como certo ou errado no caráter do ser humano, “saiu de moda” .Mas será que todos pensam desta forma ?
O aborto - assunto que gera tantos questionamentos, quando efetuá-lo? No caso de estupro ou anomalia?E o que dizer desta geração imatura, despreparada que só pensa em” curtir a vida” e quando há uma gravidez inesperada acham que a saída é o aborto clandestino e partem em sua maioria em busca de clínicas precárias,onde poderá ocorrer complicações graves e até a morte ?
Pensamos que a vida, como dádiva de Deus, no momento do ato sexual, encontro do espermatozóide com o óvulo, um novo ser está em formação e assim será crime acabar com esta vida.
Concordamos com o Código Penal Brasileiro, somos favoráveis ao aborto nos casos de gestações de anencéfalos ou estupro.
O ideal para que esta situação seja minimizada além dos métodos contraceptivos existentes, seria a realização de palestras ou bate papos com profissionais capacitados e os jovens,  para incutir  nas ” cabecinhas” os valores éticos ,morais e religiosos  e também o futuro profissional e mais tarde então, em uma relação estável, pensarem em dar prosseguimento às suas gerações na procriação, naquilo que é herança do Senhor, os filhos.


                                                                         Graciete e Sônia



Avaliação dos dois primeiros encontros

O suporte oferecido através do presente curso tem sido excelente e inovador, contribuindo para o melhor desempenho da nossa prática em sala de aula. A metodologia de ensino e a dedicação que nos são apresentadas vêm acrescentar-nos e motivar-nos como educadoras, na formação dos jovens proporcionando aos mesmos, maior acesso às informações e melhores possibilidades de interpretação e de argumentação, no confronto das opiniões e pontos de vista, oportunizando o protagonismo juvenil.

                                                                                                      Graciete e Sônia

Artigo: Corrupção cultural ou organizada?


Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções "culturais" nos leve a ignorar a grande corrupção



FICAMOS MUITO atentos, nos últimos anos, a um tipo de corrupção que é muito frequente em nossa sociedade: o pequeno ato, que muitos praticam, de pedir um favor, corromper um guarda ou, mesmo, violar a lei e o bem comum para obter uma vantagem pessoal. Foi e é importante prestar atenção a essa responsabilidade que temos, quase todos, pela corrupção política -por sinal, praticada por gente eleita por nós. 
Esclareço que, por corrupção, não entendo sua definição legal, mas ética. Corrupção é o que existe de mais antirrepublicano, isto é, mais contrário ao bem comum e à coisa pública. Por isso, pertence à mesma família que trafegar pelo acostamento, furar a fila, passar na frente dos outros. Às vezes é proibida por lei, outras, não. 
Mas, aqui, o que conta é seu lado ético, não legal. Deputados brasileiros e britânicos fizeram despesas legais, mas não éticas. É desse universo que trato. O problema é que a corrupção "cultural", pequena, disseminada -que mencionei acima- não é a única que existe. Aliás, sua existência nos poderes públicos tem sido devassada por inúmeras iniciativas da sociedade, do Ministério Público, da Controladoria Geral da União (órgão do Executivo) e do Tribunal de Contas da União (que serve ao Legislativo). 
Chamei-a de "corrupção cultural" pois expressa uma cultura forte em nosso país, que é a busca do privilégio pessoal somada a uma relação com o outro permeada pelo favor. É, sim, antirrepublicana. Dissolve ou impede a criação de laços importantes. Mas não faz sistema, não faz estrutura. 
Porque há outra corrupção que, essa, sim, organiza-se sob a forma de complô para pilhar os cofres públicos -e mal deixa rastros. A corrupção "cultural" é visível para qualquer um. Suas pegadas são evidentes. Bastou colocar as contas do governo na internet para saltarem aos olhos vários gastos indevidos, os quais a mídia apontou no ano passado. 
Mas nem a tapioca de R$ 8 de um ministro nem o apartamento de um reitor -gastos não republicanos- montam um complô. Não fazem parte de um sistema que vise a desviar vultosas somas dos cofres públicos. Quem desvia essas grandes somas não aparece, a não ser depois de investigações demoradas, que requerem talentos bem aprimorados -da polícia, de auditores de crimes financeiros ou mesmo de jornalistas muito especializados. 
O problema é que, ao darmos tanta atenção ao que é fácil de enxergar (a corrupção "cultural"), acabamos esquecendo a enorme dimensão da corrupção estrutural, estruturada ou, como eu a chamaria, organizada. 
Ora, podemos ter certeza de uma coisa: um grande corrupto não usa cartão corporativo nem gasta dinheiro da Câmara com a faxineira. Para que vai se expor com migalhas? Ele ataca somas enormes. E só pode ser pego com dificuldade. 
Se lembrarmos que Al Capone acabou na cadeia por ter fraudado o Imposto de Renda, crime bem menor do que as chacinas que promoveu, é de imaginar que um megacorrupto tome cuidado com suas contas, com os detalhes que possam levá-lo à cadeia -e trate de esconder bem os caminhos que levam a seus negócios. 
Penso que devemos combater os dois tipos de corrupção. A corrupção enquanto cultura nos desmoraliza como povo. Ela nos torna "blasé". Faz-nos perder o empenho em cultivar valores éticos. Porque a república é o regime por excelência da ética na política: aquele que educa as pessoas para que prefiram o bem geral à vantagem individual. Daí a importância dos exemplos, altamente pedagógicos. 
Valorizar o laço social exige o fim da corrupção cultural, e isso só se consegue pela educação. Temos de fazer que as novas gerações sintam pela corrupção a mesma ojeriza que uma formação ética nos faz sentir pelo crime em geral. 
Mas falar só na corrupção cultural acaba nos indignando com o pequeno criminoso e poupando o macrocorrupto. Mesmo uma sociedade como a norte-americana, em que corromper o fiscal da prefeitura é bem mais raro, teve há pouco um governo cujo vice-presidente favoreceu, antieticamente, uma empresa de suas relações na ocupação do Iraque. 
A corrupção secreta e organizada não é privilégio de país pobre, "atrasado". Porém, se pensarmos que corrupção mata -porque desvia dinheiro de hospitais, de escolas, da segurança-, então a mais homicida é a corrupção estruturada. Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções "culturais" nos leve a ignorar a grande corrupção. É mais difícil de descobrir. Mas é ela que mata mais gente. 

RENATO JANINE RIBEIRO, 59, é professor titular de ética e filosofia política do Departamento de Filosofia da USP. É autor, entre outras obras, de "República" (coleção Folha Explica, Publifolha).

Retirado da coletânea da Olimpíada de Língua Portuguesa  Escrevendo o Futuro